Sala Pátio
Unidade CAL Glória
Estamos vivendo várias guerras ao mesmo tempo. No mundo, no nosso país, entre as pessoas e dentro de nós mesmos. Como dar conta de tudo isto? O perigo de uma guerra nuclear, a pandemia, a inflação, o risco de um novo golpe, o genocídio da população negra e dos povos indígenas, a maldade estampada no rosto e nas ações de pessoas que deveriam zelar pela paz , pela saúde e pelo bem estar do nosso povo.
Precisamos falar de todas estas violências para que elas não sejam naturalizadas. O Teatro talvez seja o espaço mais fértil para mostrar que não podemos nos conformar com todas estas guerras. Assim, procurei recorrer a autores que, unidos numa peça, nos proporcionam um panorama dos perigos e riscos que corremos se não dermos as mãos para enfrentarmos os desafios de um mundo à beira do precipício.
Com “Jogos na hora da sesta”, Roma Mahieu mostra como as crianças reproduzem o preconceito e a violência que vivem em casa. Em “A mulher como Campo de Batalha”, Matei Visniec toca na ferida aberta da violência sexual sofrida pelas mulheres nas guerras. O mesmo Matei em “Pense que Você é Deus “ denuncia a frieza e o desprezo pelo ser humano por parte dos franco atiradores e mercenários de guerra. Chegamos então a Bertolt Brecht, um dos maiores dramaturgos de todos os tempos. Escolhi duas cenas da famosa peça “Terror e Miséria no Terceiro Reich”: “A Mulher Judia” e
“Os Contratadores de Trabalho”. Na primeira, entramos em contato com a semente do Holocausto e do assassinato de seis milhões de judeus na Alemanha nazista. Na segunda cena, Brecht questiona o cidadão comum sobre a sua responsabilidade politica e a necessidade de não compactuar com a engrenagem da guerra. Na última peça, o clássico de Fernando Arrabal, “Piquenique no Front”, mergulhamos através de um humor cáustico no absurdo da guerra. Na busca de um olhar latino-americano sobre o tema da guerra, oferecemos palavras preciosas de Eduardo Galeano, José Mujica e Mercedes Sosa.
Acredito que os alunos da BT38 vivenciaram nesses messes de ensaio uma diversidade dramatúrgica invejável. Com isto, a turma pôde desenvolver novas possiblidades de atuação e novos olhares sobre o Teatro e a vida.
Agradeço ao empenho e a dedicação da turma BT38 e parabenizo a todes pelo processo e pelo resultado.
Agradeço também aos professores que participaram com o seus talentos da feitura desta peça: Charles Kahn, Marina Salomon e Renata Frisina.
Finalmente, agradeço ao apoio incondicional da coordenação, administração, corpo docente e às funcionárias e funcionários da Faculdade Cal de Artes Cênicas.
Uaraura Das! Viva o Teatro!
Bertolt Brecht
Eduardo Galeano
Fernando Arrabal
José Mujica
Matei Visniec
Roma Mahieu
Isaac Bernat
Marina Salomon
Renata Frisina
Charles Khan
Isaac Bernat
Turma BT38
Gabriel Boliclife
Alex Lucas
Rafael Assis
Mariana Magalhães
Rita Ariani
CAL
Amanda Assumpção
Ana Luzia
Ana Plentz
Cristtiane Rocha
Emily Guarnel
Giovanna Cherly
Giuliana Ainsworth
Guilherme Lopes
João Camargo
Karolyna Mendes
Luísa Arnaud
Mari Mocny
Mariana Magalhães
Miguel Conti
Raphael Bela
Yasmim Porto